terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Minhas Curas através do Xamanismo - 3 - Conclusões

Só nos curamos quando aceitamos que temos um lado sombra e que precisamos olhar pra ele, aceitá-lo e amá-lo. Sem isso, não há cura, pois sem amar suas sombras você é não é inteiro, e se não é inteiro está doente.


Chamo de sombras toda característica que temos e está mal trabalhada, por isso muitos chamam de defeitos. Não gosto desse termo “defeito”. Ninguém tem defeito. Somos todos seres perfeitos! O que temos são características que nos fazem únicos. O que acontece é que muitas vezes não aceitamos algumas destas características e as escondemos de nós mesmos (ou achamos que estamos escondendo). Por ficarem mal trabalhadas, acabam virando más qualidades... Estas são as nossas sombras. Nossas qualidades ou características que não queremos aceitar e tentamos esconder. Nisso desenvolvemos doenças, inclusive mentais. Desenvolvemos inveja, ódio, rancor, agressividade, auto piedade, depressão... E só curamos isso encarando nossas sombras, aceitando essas características e transformando essas más qualidades em boas qualidades. Usando-as em nosso benefício.


Assim, o que pude concluir em todo este processo de cura que passei, relatado nas duas postagens anteriores, é que toda doença ou sintoma que apresentamos no físico é um reflexo de problema no emocional e/ou mental, e nosso inconsciente sabe. Como não queremos assumir este problema (sombra) conscientemente, nosso inconsciente cria um reflexo deste problema em nosso físico, para que possamos lidar com ele de alguma forma. Quanto mais negamos esta sombra, mais os sintomas ou as doenças se agravam.


No caso da minha coluna, a explicação que encontrei para ter desenvolvido este problema é que eu não estava deixando minha energia fluir livremente, em especial a minha mediunidade. Como já escrevi em relatos anteriores aqui no blog, eu nasci com um dom muito forte, uma mediunidade linda. Sempre vi seres astrais com grande nitidez, me comunicava livremente com eles, via a aura das pessoas, plantas, animais, pedras e objetos, tinha visões e sonhos premonitórios. Só que, como eu achava isso normal, comentava com as outras pessoas o que via ou que previa, e todos ficavam apavorados, me chamavam de maluca, esquisita... Fui me sentindo rejeitada, diferente (pejorativamente) e deprimida. Com o tempo, parei de contar o que eu via e fui acreditando que eu não devia ver ou ouvir “essas coisas”, que isso não era uma “coisa boa”. Com isso, bloqueei minha energia e meu dom. Nossa energia flui pelo mesmo caminho da coluna. Com o bloqueio, fiz com que essa energia não conseguisse mais fluir normalmente, então minha coluna “entortou”... Desenvolvi a escoliose e, com ela, as dores de coluna, para me lembrar que havia um bloqueio ali. Energia parada, estagnada, querendo fluir onde havia uma obstrução. E isso dói.




Além da mediunidade, também reprimi minha energia sexual. Eu me tornei uma mulher muito bonita, após passar por uma fase de patinho feio no começo da adolescência, e sempre fui muito alegre, comunicativa, além de ter o magnetismo especial que toda bruxa tem (e isso faz parte do meu dom). Isso me fazia ser muito atraente e sempre chamei muita atenção, até mais do que amigas que eram mais bonitas que eu. Só que tudo isso causava inveja de muita gente, e eu sempre recebia reprimendas e críticas por ser como eu era. Falavam que eu era oferecida, “dada”, vulgar, puta... E olha que me mantive virgem até quase completar 18 anos! A questão é que eu namorava muito e era volúvel, cobiçada... Trocava de namorado todo mês! Mas o que tem de errado nisso? Eu me sentia livre e queria curtir a vida. Mas fui reprimida por isso e permiti que essa repressão bloqueasse ainda mais minha energia e quem eu era. Com isso, minha coluna só piorou e as dores aumentaram e foram aumentando ainda mais ao longo dos anos. 


Afinal, eu era mais e estava sendo muito menos... Estava querendo ser aceita e tentando me enquadrar num molde onde eu não cabia. Me entortando para caber...


Essa energia, esse dom, meu magnetismo são parte de mim. A negação disso criou a doença e as dores eram meu lembrete. A cura veio quando comecei a me aceitar em plenitude e voltei a resgatar meu dom. E isso só veio após a libertação que obtive através das experiências com a Ayahuasca e o Tabaco. Só quando resolvi deixar minha energia fluir livremente de novo. Então pude curar minha coluna e remover os bloqueios que eu mesma criei. Só que os bloqueios eram tão densos, que só com ajuda do astral foi possível removê-los! Gratidão por ter recebido essa ajuda divina!




Ainda há bloqueios a serem removidos, sei que só comecei a caminhar e que ainda preciso encarar outras sombras e jogar luz sobre elas. 


No caso da minha coluna foi assim. Eu não aceitava as qualidades que eu tinha e as transformei em qualidades ruim. O bloqueio e a não aceitação se transformaram numa doença e essa doença me fazia ter inveja de outras pessoas que não sentiam as dores que eu sentia e me fazia sentir pena de mim mesma, e muitas vezes me fazia sentir raiva. A raiva, em especial, eu sentia quando via pessoas livres sendo elas mesmas! Elas me serviam de espelho, mostrando como eu devia estar e não estava, então sentia raiva delas, falava mal delas, igualzinho faziam comigo quando eu era livre. Além disso, a não aceitação de mim mesma me fez entrar em crises horríveis de depressão. A ponto de algumas vezes querer me matar (uma destas vezes por pouco não o fiz).


Associado a tudo isso, ainda havia o meu problema com meu feminino, já relatado na postagem anterior. Outra energia (a mais importante) bloqueada. Era muita coisa travada... E o feminino, que é a maior força de uma mulher, bloqueado, me impedia ainda mais de ser eu mesma. Então tome-lhe de dor na coluna e tome-lhe infertilidade... A força de uma mulher está no útero. E meu útero estava seco por séculos. Eu vinha, até então, vivendo com foco no mental, deixando o emocional/afetivo nas sombras. Era sobre isso que eu mais precisava lançar luz. E quando se está no escuro por tantos séculos, ao ver a luz a dor nos olhos é absurda! Por conta disso, todo esse processo de cura tem me trazido um efeito colateral, que é uma fotofobia grave. 


Estou precisando intensificar este processo, pois nos últimos dois anos eu comecei a assumir inúmeros projetos de trabalho e deixei o mergulho pra dentro de mim mesma estagnado... Com isso, minha fotofobia só veio se agravando, me lembrando que preciso continuar a iluminar minhas sombras, pois ainda há muito que enxergar e transformar em qualidades boas! Hoje cheguei a um ponto que não consigo mais dirigir a noite, por conta dos faróis dos outros carros que me cegam, e nem de dia se estiver um sol forte, pois a claridade em excesso também me cega.


É um sintoma que desenvolvi para me lembrar que preciso continuar a iluminar minhas sombras, que o processo ainda não acabou. Tanto deixei minhas curas de lado que até hoje não tinha escrito este texto aqui!


Enfim, continuando com minhas conclusões, vejo nitidamente hoje o quanto a gente se chicoteia para nos fazer enxergar e iluminar nossas sombras... Quanto mais uma pessoa sofre, mais sombras ela têm e não quer enxergar. E mais ela precisa de ajuda... Mas ajuda nenhuma adianta se ela não quer enxergar. E eu não queria enxergar. E continuo não querendo aprofundar em certas áreas, daí essa fotofobia absurda que desenvolvi...




Logo depois que escrevi o texto anterior deste blog, eu me dei um tempo para refletir e só depois iria escrever este texto aqui. Eu acreditava que iria engravidar logo e queria escrever de novo quando estivesse grávida! Só que isso não aconteceu. Então, no fim de 2015, resolvemos tentar a inseminação artificial. Logo na primeira tentativa eu engravidei, mas perdi em seguida, pois meu útero desenvolveu uma reação alérgica ao diluidor do sêmen. Só fui descobrir isso meses depois! E passei mais 6 meses em tratamento até curar novamente meu útero! Por conta disso tive que me submeter a três exames em centro cirúrgico, sob anestesia, pois meu colo do útero é todo fibrosado e o exame não pode ser feito sem anestesia (vídeo histeroscopia). Ficou claro pra mim que não há atalhos no meu caminho... Tem que ser tudo natural, no seu tempo. 


E isso tem sido um processo de cura não só pra mim, mas principalmente para meu marido, pois por conta da pressão psicológica e emocional de termos que ter relações num período exato do meu ciclo ele se sente bloqueado e não consegue... E se ele não consegue, não engravido... Agora estamos juntos passando por curas. Sempre fui muito ansiosa, e aprender a não deixar isso me abalar e a não deixa-lo ansioso e pressionado, tendo contra nós meu relógio biológico (afinal estou com 46 anos!) tem sido um gigantesco aprendizado. E tem nos unido ainda mais, o que é o oposto do que geralmente acontece entre os casais, pois acaba um cobrando do outro, culpando o outro, e afastando um do outro. Em nosso processo, tem sido ao contrário. Estamos aprendendo ainda mais um sobre o outro, a nos respeitarmos e nos amarmos cada vez mais. E isso é uma cura enorme!



Meu marido já esteve comigo em uma vida passada, onde fui obrigada a me casar com ele, por conta de acordos familiares. Ele foi um marido muito bom pra mim, e eu uma péssima mulher. Nem assim ele “me devolveu”. Teve muita compreensão e paciência comigo. Me amou acima de tudo. E nesta vida ele é mais que um marido pra mim. É meu guardião. Ele cuida de mim com tanto amor que me sinto a mais agraciada das mulheres! Todo esse processo que estamos passando é de um aprendizado imenso! E tudo fundamentado no amor. Hoje já sabemos e aceitamos que se não pudermos ser pais biológicos seremos pais mesmo assim, pois podemos adotar crianças. E isso nos faz felizes! Talvez esse seja o ponto crucial da minha cura do feminino. Ser capaz de amar um filho mesmo não tendo nascido do meu ventre. Isso faria de mim uma mãe em sua plenitude! Mãe por opção, por amor.



Como veem, ainda há luz a ser jogada sobre minhas sombras, então meu processo continua. Escrever este texto e aceitar estas descobertas foi mais um passo dessa cura.


Minha coluna e meu pé já não doem mais e minha energia agora segue fluindo livremente! E isso foi uma conquista gigantesca! Gratidão por todo auxílio que venho recebendo nesta caminhada! Gratidão às Medicinas, aos Mestres, ao meu Marido e à Mim mesma, por me permitir mergulhar tão fundo!


Giselle Keller