terça-feira, 31 de março de 2009

Limites

Recebi o texto abaixo por e-mail e resolvi compartilhá-lo aqui, junto com outro texto que escrevi, baseado no que senti e refleti, ao ler este que se segue:

“Somos as primeiras gerações de pais decididos a não repetir com os filhos, os erros de nossos progenitores...
...e com o esforço de abolirmos os abusos do passado...
...somos os pais mais dedicados e compreensivos, mas, por outro lado...
...os mais bobos e inseguros que já houve na história!
O grave é que estamos lidando com crianças mais “espertas” do que nós, ousadas, e mais “poderosas” que nunca!
Parece que, em nossa tentativa de sermos os pais que queríamos ter, passamos de um extremo ao outro.
Assim, somos a última geração de filhos que obedeceram a seus pais...
...e a primeira geração de pais que obedecem a seus filhos.
Os últimos que tivemos medo dos pais...
...e os primeiros que tememos os filhos.
Os últimos que cresceram sob o mando dos pais...
...e os primeiros que vivem sob o jugo dos filhos.
E, o que é pior...
...os últimos que respeitamos nossos pais, às vezes sem escolhas...
...e os primeiros que aceitamos que nossos filhos nos faltem com o respeito.
À medida que o permissível substituiu o autoritarismo, os termos das relações familiares mudaram de forma radical...
...para o bem, e para o mal.
Com efeito, antes se considerava um bom pai, aquele cujos filhos se comportavam bem, obedeciam a suas ordens, e os tratavam com o devido respeito.
E bons filhos, as crianças que eram formais, e veneravam seus pais, mas à medida que as fronteiras hierárquicas entre nós e nossos filhos foram se desvanecendo, hoje os bons pais são aqueles que conseguem que seus filhos os amem, ainda que pouco os respeite.
E são os filhos quem agora esperam respeito de seus pais, pretendendo de tal maneira que respeitem suas idéias, seus gostos, suas preferências e sua forma de agir e viver.
E que, além disso, que patrocinem no que necessitarem para tal fim!
Quer dizer; os papéis se inverteram!
Agora são os pais que têm que agradar a seus filhos para “ganhá-los” e não o inverso como no passado.
Isto explica o esforço que fazem tantos pais e mães para serem os melhores amigos e “darem tudo” a seus filhos.
Dizem que os extremos se atraem...
Se o autoritarismo do passado encheu os filhos de medo de seus pais...
...a debilidade do presente os preenche de medo e menosprezo, aos nos verem tão débeis e perdidos como eles.
Os filhos precisam perceber que durante a infância, estamos à frente de suas vidas, como líderes capazes de sujeitá-los quando não os podemos conter, e de guiá-los enquanto não sabem para onde vão...
É assim que evitaremos que as novas gerações se afoguem no descontrole e tédio no qual está afundando uma sociedade que parece ir à deriva, sem parâmetros nem destino.
Se o autoritarismo suplanta, o permissível sufoca.
Apenas uma atitude firme, respeitosa, lhes permitirá confiar em nossa idoneidade para governar suas vidas enquanto forem menores, porque vamos à frente liderando-os...
...e não atrás, carregando-os e rendidos às suas vontades.
Os limites abrigam o indivíduo.
Com amor ilimitado e profundo respeito”.
Mônica Monastério (Madrid-Espanha)

Agora segue o meu texto, comentando o de cima:

Este texto é uma ENORME VERDADE!
Ainda não sou mãe, mas o que mais vejo são mães e pais exatamente assim, como diz o texto, com seus filhos.
Por ainda não ser mãe, pode ser que muitos aqui não achem que estou capacitada a dar conselhos sobre isso, porém podem ter certeza que estou, pois vou ter meus filhos muito em breve e por amor a eles saberei criá-los como deve ser: Para a vida!
As atitudes permissivas e submissas que vejo em muitos pais hoje dia não ajudam seus filhos em nada...
Muito pelo contrário, prejudica e muito!
Não os prepara para a vida, não os torna fortes, não os permite romper as amarras, não os permite se tornarem adultos e se encontrarem como pessoas, como indivíduos.
Crianças e adolescentes precisam de LIMITES.
Se os pais não impõem estes limites, a vida vai se encarregar disso e de forma muito mais dolorosa e traumatizante.
Vocês não são imortais e um dia seus filhos terão que se virar sozinhos. Se vocês não os prepararem para isso, como eles irão se virar sem vocês?
Não é a toa que tem havido tantos suicídios entre jovens, tantos assassinatos praticados por eles, tanta irresponsabilidade com drogas, sexo, direção perigosa...
E consequentemente, tantos pais chorando a perda dos seus filhos, seja a perda da vida ou a perda da identidade, que fica ofuscada pela depressão ou pelas drogas...
Tenho visto inúmeras pessoas, hoje adultas, que ainda são como crianças, querendo que seus pais façam tudo por elas, as sustentem, aguentem suas pirraças e ainda por cima agem como se fosse obrigação dos pais tolerarem tudo isso de boca fechada.
Se amarem seus filhos, aprendam a dizer NÃO.
Aprendam a IMPOR LIMITES.
Aprendam a dizer ao seu filho que ele está ERRADO, quando assim estiver, e façam-no corrigir seu erro, ao invés de passar a mão na cabeça, como a maioria faz.
Aprendam que a vida é dura pra quem não está preparado para enfrentá-la, e esse preparo começa dentro de casa, desde quando seus filhos são bebês e começam a fazer pirraça para conseguirem o que querem.
E a maioria dos pais dá o que o filho quer pra não ter que aguentar a pirraça nem a choradeira...
Isso não está certo... Isso não é educar...
Pode doer mais em vocês do que neles, dizer NÃO, mas essa palavra pode salvar a vida do seu filho, irá ajudá-lo a enxergar que a vida não diz sempre SIM e quando se deparar com um NÃO, precisa saber aceitar e lutar pelo quer, porém sem pirraças, mas usando a inteligência para encontrar um caminho alternativo, ou então pensar se realmente o que ele quer é bom ou importante pra ele.
E o NÃO, deve vir seguido de uma explicação do por que do impedimento, para que ele entenda que este NÃO é para seu próprio BEM.
Dizer NÃO, porque NÃO, e ponto, não dá a seu filho uma justificativa e isso provocará uma reação ainda maior de raiva e injustiça nele. Provocará revolta.
Se seu filho estiver preparado para a vida, ele tentará argumentar com vocês, para modificar sua decisão. Escutem-no, pode ser que seus argumentos tenham valor e ele os convença a mudar de idéia.
Mas neste caso, não foi pirraça, e sim argumentos inteligentes que provaram que seu filho é independente e responsável para fazer certas coisas que vocês achavam que ele ainda não era.
Neste caso, vocês souberam educá-lo bem e devem ficar orgulhosos disso!



Giselle Keller